¿Es posible reclamar un supuesto derecho a ser desgraciados? El “mundo feliz” de la eugenesia

Jorge Sierra Merchán

Resumen


Resumen

En la discusión sobre las implicaciones éticas de la ingeniería genética, es común establecer una diferencia entre eugenesia negativa y eugenesia positiva. La eugenesia negativa está conformada por procedimientos orientados a corregir defectos genéticos, es decir, a evitar o minimizar la trasmisión de enfermedades hereditarias. La eugenesia positiva consiste en potenciar u optimizar caracteres que se consideran deseables (belleza o inteligencia). Una cosa es reparar, con fines terapéuticos, un error genético y otra cosa es mejorar genéticamente un rasgo que se considera bueno y deseable. En este sentido cabe preguntarse: ¿hay un deber moral de evitar, mediante la ingeniería genética, que los niños nazcan con discapacidades y no se les condene a una vida de desgracia? ¿O hay también un deber moral equivalente de garantizar que los niños posean belleza e inteligencia? El presente texto busca responder ambas cuestiones mediante una evaluación de los argumentos en pro y en contra de la eugenesia desarrollados por Singer y Nussbaum. Sostendré que hay una obligación moral de aplicar la eugenesia negativa, mientras que tal obligación no es extensiva para el caso de la eugenesia positiva. Esto implica que no es posible exigir un presunto derecho a ser desgraciado ni desde el punto de vista de los padres ni desde el punto de vista de los futuros hijos para el caso de la eugenesia negativa, en tanto que para el caso de la eugenesia positiva el derecho a ser desgraciados parece ser más defendible.

Palabras clave: Eugenesia, genoma humano, principio preventivo, Singer, Nussbaum

**********************************************************

Is it possible to claim a alleged right to be disgraced? The “happy world” of eugenics

Abstract

In the discussion about the ethical implications of genetic engineering it is usual to distinguish between negative and positive eugenics. Negative eugenics refers to genetic imperfections correction procedures, which aim to avoid or minimize the transmission of hereditary diseases. Positive eugenics consists in the improvement or optimization of features considered desirable (as beauty or intelligence). One thing is to repair, for therapeutic purposes, a genetic error, and another to genetically improve a feature considered good and desirable. In this sense one could ask if it is a moral duty to avoid, through genetic engineering, impairments in newborns, saving them from an unfortunate life; and if there is also an equivalent moral duty to guarantee that children possess beauty and intelligence. This paper aims to answer both questions through an evaluation of the arguments for and against eugenics proposed by Singer and Nussbaum. I will hold that though there is a moral obligation to apply negative eugenics, this kind of obligation is not present in the case of positive eugenics. This implies that it is not possible to demand a presumed right to be miserable, either from the parent’s or the future children’s point of view, in the case of negative eugenics, although this presumed right to be miserable seems to be more defensible in the case of positive eugenics.

Key words: Eugenics, human genome, preventive principle, Singer, Nussbaum.

**********************************************************

É possível reclamar um alegado direito a ser desgraçado? O “mundo feliz” da eugenesia

Resumo

Na discussão sobre as implicações éticas da engenharia genética é frequente estabelecer uma diferenciação entre eugenesia negativa e eugenesia positiva. A eugenesia negativa está conformada pelos procedimentos orientados a corrigir defeitos genéticos, ou seja, evitar ou minimizar a transmissão de doenças hereditárias. A eugenesia positiva consiste em potenciar ou aperfeiçoar caracteres que se consideram desejáveis (beleza ou inteligência). Uma coisa é reparar, com fins terapêuticos, um erro genético, e outra coisa é melhorar geneticamente um traço que se considera bom ou desejável, Nesse sentido é possível perguntar: há o dever moral de evitar, mediante a engenharia genética, que as crianças nasçam com incapacidades e não sejam condenados a uma vida de desgraça? Ou há também um dever moral equivalente de que as crianças possuam beleza e inteligência? O presente texto procura responder ambas as questões mediante uma avaliação dos argumentos em prol e em contra da eugenesia desenvolvidos por Singer e Nussbaum. Vou suster que há uma obrigação moral de aplicar a eugenesia negativa, enquanto que tal obrigação não é extensiva para o caso da eugenesia positiva. Isto implica que não é possível exigir um pressuposto direito a ser desgraçado nem desde o ponto de vista dos pais nem desde o ponto de vista dos futuros filhos no caso da eugenesia negativa, em tanto que no caso da eugenesia positiva o direito a ser desgraçados parece ser mais defendível.

Palavras chave: Eugenesia, genoma humano, princípio preventivo, Singer, Nussbaum.


Palabras clave


Eugenesia, genoma humano, principio preventivo, Singer, Nussbaum

Texto completo:

PDF


DOI: http://dx.doi.org/10.26564/16926250.545

Enlaces refback

  • No hay ningún enlace refback.


Copyright (c) 2016 Grafía



Revista Grafía - Facultad de Ciencias Humanas - Fundación Universidad Autónoma de Colombia

DOI: https://doi.org/10.26564/issn.1692-6250